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Varejo de moda brasileiro alinhado aos princípios globais para a moda sustentável

Categoria: Boletim ABVTEX em Pauta | 12 de abril de 2018

O “CEO Agenda 2018” foi lançado antes do principal evento mundial sobre sustentabilidade no mundo da moda, o Copenhaguen Fashion Summit, que acontece em 15 e 16 de maio na Dinamarca, e antecipa as bases dos debates. A agenda é definida em conjunto com grandes players internacionais do varejo de moda e a Sustainable Apparel Coalition (SAC), e visa o desenvolvimento sustentável desta indústria.

“Sempre atentas às principais tendências do setor e discussões globais, as redes de varejo de moda associadas à ABVTEX vêm trabalhando as medidas e contam com o apoio e articulação da entidade para alcançar os objetivos de construir um ambiente de negócios sustentável”, aponta Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX.

Os 7 princípios globais para a moda sustentável são:

1. Transparência na cadeia de fornecimento

O fórum recomenda que marcas criem listas de fornecedores, que ajudem compradores e acionistas a serem capazes de desvendar com facilidade suas cadeias de suprimentos. A ideia é fazer com que as pessoas sejam melhor informadas sobre as matérias-primas usadas e de onde elas vêm.

2. Uso eficiente de água, energia e produtos químicos

O objetivo é manter o uso de recursos e emissões de poluentes em um mínimo. É um desafio para a indústria da moda, que conta com processos agressivos para o ambiente e lida com bastante refugo. O tingimento de tecidos, só para citar um exemplo, é o segundo maior poluente de água do mundo logo atrás da agricultura.

3. Ambientes de trabalho respeitosos e seguros

A indústria da moda não é estranha a abusos em ambiente de trabalho, claro, e o fórum encoraja empresas a adotarem e reforçarem políticas em harmonia com os princípios do direito humano universal.

4. Variedade de matérias-primas

Só a decisão a respeito de que materiais usar pode definir 50% da pegada ecológica de uma companhia. Mas o grupo observa poucas inovações neste campo, e recomenda maiores investimentos em matéria-prima sustentável e novas tecnologias.

5. A criação de um ciclo sustentável

Falamos de refugo acima, e vale reforçar que é um problema real: 73% de toda a roupa produzida acaba em lixões. Marcas devem pensar no uso em longo prazo destas peças e como elas podem ser recicladas – apenas 13% delas são reutilizadas atualmente.

6. Melhores salários

Segundo levantamento do GFA, a indústria da moda emprega cerca de 60 milhões de profissionais no decorrer de sua cadeia de valor. No entanto, os empregados que vivem em países produtores têxteis geralmente recebem abaixo do salário mínimo local. Nestas regiões mais vulneráveis e em outras, marcas devem trabalhar com fornecedores para garantir salários justos.

7. 4ª revolução industrial

O estudo levanta ainda que 90% dos funcionários da produção têxtil podem perder seus empregos com o avanço da automatização. É uma projeção bem pessimista, mas o processo de digitalização de negócios não é simples. É recomendável que empresas primeiro projetem o impacto de novas tecnologias sobre sua força de trabalho antes de aplicá-las.